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Uniderp desenvolve projeto social para atender crianças de baixa renda com Síndrome de Down
16 de Agosto de 2022Idealizado pelo Programa de Mestrado e Doutorado em Odontologia, Projeto Sorriso Único atende crianças em vulnerabilidade social com Síndrome de Down
Formar cidadãos que vão transformar o mundo por meio da educação responsável e de qualidade: esse é o principal objetivo das iniciativas sociais da Uniderp, instituição de ensino superior da Kroton que tem a responsabilidade social como um de seus pilares, promovendo programas transformacionais em larga escala – só em 2016, as unidades de Ensino Superior e os polos de Educação a Distância realizaram mais de 2.300 iniciativas e projetos de ação social, impactando positivamente mais de 2,3 milhões de pessoas de suas comunidades, e contaram com o envolvimento dos alunos em atividades que permitiram o desenvolvimento de competências alinhadas a práticas de aprendizagem, reforçando o processo de formação da cidadania.
Desde 2018, o Programa de Mestrado e Doutorado em Odontologia da Uniderp viabiliza, em parceria com a APS Down (Associação de Pais e Amigos de Portadores de Síndrome de Down) de Londrina, no Paraná, treinamentos regulares a cuidadores, familiares e alunos sobre saúde bucal. As ações na APS Down são realizadas frequentemente por professores e alunos; foram desenvolvidos, inclusive, materiais de orientação em formato de cartilha e podcast.
Em 2021, a empresa Align contemplou, com 10 casos, uma das docentes do Programa em Odontologia – a professora Dra. Paula Vanessa Pedron Oltramari, que recebeu um prêmio internacional da companhia para o desenvolvimento de uma proposta com alinhadores. É quando surge o Projeto Sorriso Único, que oferece tratamento ortodôntico a crianças com Síndrome de Down com os alinhadores Invisalign.
“O objetivo do projeto é oferecer a essas crianças tratamento ortodôntico gratuito em fluxo digital, utilizando a tecnologia do escaneamento intrabucal e alinhadores Invisilign, a fim de proporcionar maior conforto, permitir higiene bucal adequada e liberdade alimentar, buscando menor impacto na qualidade de vida de pacientes e cuidadores”, enfatiza Thais Maria Freire Fernandes Poleti – cirurgiã-dentista, mestre, doutora e pós-doutora em Ortodontia, e coordenadora do Programa de Mestrado e Doutorado em Odontologia da Unopar/Uniderp.
Ela explica que o tratamento em fluxo digital se dá com o escaneamento da boca do paciente com scanner intraoral, sem a necessidade da moldagem com alginato: “Esse escaneamento gera uma imagem real da boca em um software, que é utilizada como parte do planejamento e também na confecção dos alinhadores para a correção dos dentes. A moldagem para esses pacientes seria muito desconfortável e o tratamento ortodôntico em fluxo digital simplifica algumas etapas e proporciona maior conforto a criança ou adolescente”.
Thais ressalta ainda que, nos pacientes com Síndrome de Down, podem ser observadas inúmeras alterações bucais e as más oclusões têm prevalência alta, acima de 85%. “As principais alterações são o atraso de erupção na dentadura decídua e permanente, microdontias, impacção dentária, agenesias, hipocalcificação do esmalte, alteração na qualidade e quantidade da saliva, cárie, doença periodontal, más oclusões, além de problemas na mastigação, deglutição e fala. Os hábitos deletérios e as más oclusões impactam a saúde em geral”, complementa ela.
Atualmente, o projeto envolve três professoras pesquisadoras dentistas, um pesquisador fonoaudiólogo, um pós-doc, dois alunos de doutorado, três alunos de mestrado, cinco alunos de iniciação científica da graduação e três voluntários.
“Esse é um projeto único e muito diferente do que já tinha sido realizado pela equipe anteriormente, pois o tratamento odontológico não é apenas da criança ou do adolescente, e sim uma intervenção que envolve toda a família, oportunizando a inclusão social a tratamentos ortodônticos não disponibilizados na rede pública e considerados de alto custo. Cada história de superação contada e demonstrada no dia a dia traz com ela uma lição para a vida. O aprendizado para alunos e professores não é apenas sobre Odontologia, mas sobre superação e doação ao próximo. Os profissionais cedem seu tempo, sua experiência e seu conhecimento em Ortodontia, e recebem muito amor, carinho e reconhecimento. A Síndrome de Down não é uma doença e não impede de maneira nenhuma que os indivíduos tenham uma vida social normal. O projeto veio para melhorar o sorriso dessas crianças e proporcionar maior qualidade de vida para elas; em contrapartida, o ganho para profissionais e alunos que participam é imensurável. Elas recebem o tratamento ortodôntico e nós aprendemos da maneira mais nobre e sincera sobre o que realmente é inclusão. Essas famílias têm muito mais a nos ensinar do que nós a elas”, finaliza Thais.
Fonte da Imagem Destaque: Uniderp