Notícias

Projeto da Faculdade Anhanguera de Minas Gerais promove a autoestima de idosos

18 de Agosto de 2023

Promover a autoestima da pessoa idosa é um desafio para profissionais que atuam em instituições de longa permanência

Imagem do Logo da Faculdade Anhanguera

A autoestima é imprescindível para a manutenção da saúde mental e física dos idosos porque influencia diretamente na qualidade de vida e na capacidade de enfrentar os problemas cotidianos. Em instituições de longa permanência, essa condição pode ser afetada por diversos fatores, como a perda de autonomia, o afastamento da família e a falta de atividades que estimulem o intelecto e o corpo. Por isso é tão importante que os profissionais da área atuem também para promover a autoestima dos idosos: é fundamental que sejam desenvolvidas estratégias que proporcionem momentos de alegria e bem-estar a esses pacientes.

A fim de endossar as necessidades e os resultados dessas práticas, alunos do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera de Contagem, em Minas Gerais, idealizaram um projeto para viabilizá-las. “A ideia surgiu do envolvimento dos alunos do estágio supervisionado II que tiveram a oportunidade de conhecer e passar um tempo na instituição de longa permanência ‘Do jeitinho da vovó e do vovô’, também situada em Contagem. Durante esse curto período, foi observada a necessidade de práticas de promoção à saúde. Foi realizado um diagnóstico situacional em que foram evidenciadas: dificuldade no manejo de medicamentos entre profissionais, avaliação funcional dos internos quanto à perda de massa muscular, distúrbio da autoimagem relacionada ao envelhecimento, entre outras adversidades. Todos os assuntos foram tratados diretamente com os discentes, a coordenação de estágio e a direção da casa de longa permanência”, conta Marcos Ferreira Benedito, enfermeiro, coordenador do estágio supervisionado II e mestre em promoção da saúde e prevenção da violência.

Em princípio, a ação se deu apenas na respectiva instituição. Contudo, o projeto tende a ser uma prática perene, realizada em todos os semestres, e expandida para outros cursos, como Fisioterapia e Psicologia: “A proposta foi tão bem aceita pela instituição que existe a possibilidade de ampliação da ação para um projeto de extensão que envolva os cursos de Enfermagem, Psicologia e Fisioterapia, no intuito de não apenas melhorar a autoestima dos idosos, mas também mitigar as dificuldades que enfrentam em casas de longa permanência”, revela Marcos.

Nessa primeira experiência, 22 idosos foram beneficiados – tiveram a oportunidade de cortar os cabelos, fazer as unhas e participar de rodas de conversa, atividades que, além de incentivarem a autoestima, são facilitadoras de convivência.

Imagem de rosto de Marcos Ferreira Benedito, enfermeiro, coordenador do estágio supervisionado II e mestre em promoção da saúde e prevenção da violência
Marcos Ferreira Benedito, enfermeiro, coordenador do estágio supervisionado II e mestre em promoção da saúde e prevenção da violência

No entanto, não é só quem recebe os cuidados que tem a chance de se transformar com eles. Projetos como esse também mudam a vida dos discentes. “Ao trabalhar diretamente com os idosos, os alunos aprendem a se colocar no lugar deles, compreender suas necessidades emocionais e desenvolver uma abordagem mais sensível ao cuidado. Conseguem perceber o valor de criar vínculos afetivos e conexões pessoais com esses pacientes, o que pode ter um impacto significativo na melhoria do bem-estar geral. Cada idoso tem suas próprias experiências de vida e desafios, o que requer uma abordagem de cuidado individualizada, e os alunos aprendem a se adaptar às necessidades específicas de cada pessoa. Por meio do projeto, os alunos entendem como atividades recreativas e momentos de lazer podem melhorar a autoestima e a qualidade de vida dos idosos, incentivando-os a implementar essas práticas em suas futuras atividades profissionais. Além disso, a atuação no projeto oferece aos alunos a oportunidade de trabalhar em equipe com outros profissionais de saúde e especialistas em envelhecimento, permitindo-lhes compreender a importância da colaboração interdisciplinar. Fora que, ao lidar com idosos de diferentes origens culturais, os alunos também aprendem a respeitar e abraçar a diversidade, adaptando suas abordagens de acordo com as crenças e os valores individuais”, enfatiza o coordenador.

E ainda há os impactos positivos sociais: “Desenvolvendo projetos assim, a instituição de ensino reforça sua responsabilidade social e investe na formação de profissionais mais preparados. Em uma sociedade que está envelhecendo, em que culturalmente os mais velhos são tratados como ‘inválidos’, ‘difíceis’ e ‘lentos’, entre outros aspectos que diminuem o idoso como pessoa, ações como essa fomentam uma cultura de cuidado e respeito para a sociedade em geral, promovendo uma comunidade mais inclusiva e empática”, finaliza ele.

Fonte da Imagem: iStockphoto by Getty Images



Visualizador